O universo da criança centra-se na nutrição e nas fortes emoções de desprazer e gratificação que estão associadas a essa função. Os primeiros tipos de relacionamento mãe/filho estão intimamente relacionados à alimentação e é em torno dela que se organizam, desde o nascimento, os primeiros contatos entre mãe e filho, assim como também se delineiam a se expressam os conflitos desta díade.
As dificuldades na regulação da alimentação estão intimamente ligadasa esta relação. A reciprocidade mãe-bebê empobrecida e a tensão materna durante as mamadas incrementam os problemas relativos à alimentação...
... Estima-se que cerca de 35% dos bebês e crianças pequenas apresentam dificuldades na alimentação, que vão desde a ingestão insuficiente ou excessiva de alimento, restrições em relação às preferências alimentares, atraso na passagem para alimentação autônoma, comportamentos peculiares nas refeições, até hábitos alimentares bizarros.
... Assim, quando a criança busca o seio da mãe, não está envolvida apenas a satisfação alimentar, mas uma significativa troca de experiências amorosas e frustradoras que serão vividas como prazerosas e desprazerosas. Formam a base psicológica da aceitação e rejeição, que em nível psicanalítico podem ser identificadas com uma série de processos mentais complexos.
Portanto, a relação mãe-bebê é decisiva para o modo de organização do funcionamento psíquico. A forma como a mãe interage com o filho é um reflexo do tipo de vínculo que se estabeleceu entre os dois e expõe-se à vista de todas as situações, inclusive na hora de brincar.
Referência: Patrícia Vieira Spada de "Vínculo Mãe/Filho" de Fernando José de Nóbrega.
Esse texto enfatiza pontos muitos importantes sobre a influência dos hábitos que as mães estabelecem com os seus bebês e que consequências podem gerar. É muito importante que as mães estejam sempre conscientes e alertas do que estão imprimindo exatamente nos seus filhos, que estejam também atentas e capacitadas para identificar as solicitações do filho e poder respondê-las da melhor forma possível.
Sim à amamentação e sim à saúde psicológica! Pensem nisso...
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